História da calça: da rebeldia à peça essencial
A calça, um dos itens mais versáteis e usados no guarda-roupa contemporâneo, nem sempre foi uma peça de uso cotidiano, especialmente para as mulheres. Confira neste artigo tudo sobre a história da calça: da rebeldia à peça essencial.
Mas, desde seu uso como uma vestimenta de resistência à sua aceitação como peça essencial e prática, a calça reflete a evolução da moda e da sociedade. Sua história é marcada por rebeldia, desafios culturais e mudanças sociais significativas ao longo dos anos.
Aqui no blog temos vários artigos falando sobre a história tanto de grandes grifes como de peças super usuais. Por exemplo, um guia completo sobre a famosa e amada calça jeans.
Você pode conferir também a história do salto alto, que passou do armário masculino para o feminino. E ainda, aprender tudo sobre a minissaia, que tem aparecido nos desfiles das maiores semanas de moda da atualidade.
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Origem das calças: função e praticidade
A história das calças começou há milhares de anos, quando seu design inicial surgiu para atender a uma necessidade prática. As primeiras calças de que se tem notícia surgiram entre 3.000 e 1.000 a.C., nas regiões da Ásia Central e do Oriente Médio.
Cavaleiros nômades que viviam em regiões frias precisavam de uma vestimenta que lhes proporcionasse liberdade de movimento e proteção contra o clima rigoroso, especialmente enquanto montavam a cavalo. Em sua origem, as calças eram associadas exclusivamente aos homens, que precisavam de mobilidade em suas atividades de caça e guerra.
Mas, com seu design considerado muito prático, especialmente para a montaria, ela foi aos poucos sendo inserida em outras culturas. Dessa forma, as calças foram sendo popularizadas em sociedades como a romana e a chinesa, mas seguiam restritas ao uso masculino.
História da calça: da rebeldia à peça essencial
Durante séculos, as calças foram vistas como uma peça exclusiva do guarda-roupas masculino. No entanto, no início do século XX, as mulheres começaram a desafiar essa norma.
Mas, foi nos anos 20 que as mudanças sociais e culturais começaram a acontecer. Uma das responsáveis por essa atitude audaciosa foi a atriz Marlene Dietrich que apareceu em público usando a peça.
Outra mulher visionária que contribuiu para essa popularização da calça feminina foi a talentosa Coco Chanel. Conheça aqui a trajetória de sucesso da marca e de sua fundadora.
Mas, com a Segunda Guerra Mundial, a entrada das mulheres no mercado de trabalho foi inevitável, já que os homens estavam no front. Dessa forma, as calças se tornaram uma necessidade prática, pois permitiam que as mulheres executassem atividades até então reservadas ao público masculino.
Feminismo e popularização das calças
Conhecendo mais a história da calça: da rebeldia à peça essencial, conseguimos entender que o início dessa história foi muito importante na luta pelos direitos femininos. Os anos 60 e 70 foram uma era de revolução cultural, onde o feminismo e os direitos civis ganharam destaque.
As calças se tornaram um símbolo de libertação feminina e de igualdade. E grifes de alta-costura, como Yves Saint Laurent, introduziram o famoso “Le Smoking”, um terno feminino elegante que incluía calças.
Mas, além da peça ser algo funcional e de cunho rebelde, sua utilização foi inovadora e revolucionária, pois oferecia às mulheres uma alternativa sofisticada aos vestidos. Com a popularidade do estilo unissex, as calças começaram a conquistar cada vez mais o armário feminino.
Foi na década de 70, que o movimento hippie impulsionou a popularidade de estilos mais relaxados, incluindo as calças flare e boca-de-sino, tornando-se um símbolo dessa geração. O estilo boêmio e as influências do rock fizeram com que as calças fossem amplamente adotadas em diversos estilos e tribos urbanas, refletindo a liberdade e individualidade, que vemos hoje no estilo boho, tão em alta.
Calças como um item de moda
Nos anos 80 e 90, a moda e a cultura pop trouxeram novas variações e estilos para as calças, consolidando-as como um item essencial no guarda-roupa de homens e mulheres. A década de 80 foi marcada por uma explosão de estilos.
Mas, as calças de alfaiataria tornaram-se populares no ambiente corporativo, com cortes retos e sofisticados, enquanto o jeans se consolidou como o símbolo do streetwear. A moda dessa época incluiu cortes de cintura alta e tecidos coloridos, onde as calças eram adaptadas para diversas ocasiões, desde o ambiente profissional até o casual.
Os anos 90 e 2000 foram dominados pelo estilo casual, onde as calças cargo e as de cintura baixa ganharam força. Essa era também destacou a individualidade, com modelos variados, desde as calças oversized até as skinnies.
Com o retorno das tendências dos anos 2000, as calças de cintura baixa e cargo voltaram a aparecer nas passarelas e também nas ruas, entre os mais fashionistas. Provando, como sempre dizemos aqui, que a moda é cíclica.
A calça como peça essencial e sustentável
Atualmente, as calças evoluíram para um item indispensável e versátil, presente em todos os estilos e guarda-roupas. Com a diversidade de modelos, cortes e tecidos, elas representam tanto o conforto quanto o estilo pessoal de cada um, estando presente nos armários cápsulas e também nos das pessoas com estilo minimalista.
Mas, a calça não é mais associada a um gênero específico. Sua variedade permite atender diferentes estilos e ocasiões, desde modelos de alfaiataria até as calças de moletom.
A moda atual celebra a inclusão e a liberdade de expressão, com designs que respeitam e acolhem a diversidade corporal e cultural. Nos últimos anos, a preocupação com a sustentabilidade tem mudado a maneira como a moda produz e consome calças.
O uso de materiais ecológicos, como algodão orgânico e tecidos reciclados, e a preferência por marcas comprometidas com a moda circular têm se tornado cada vez mais comuns. Essa abordagem sustentável representa um novo capítulo na história das calças, onde a responsabilidade ambiental e o consumo consciente são valorizados.
A história das calças é uma narrativa que reflete a evolução da sociedade e da moda ao longo dos séculos. Hoje, elas são muito mais do que uma peça de vestuário, são uma forma de expressão e uma escolha que reflete o estilo pessoal e os valores de quem as veste.
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